Roberto Burle Marx
Roberto Burle Marx é uma lenda não apenas do agro, mas da arte e da arquitetura no Brasil e no mundo. Com uma carreira brilhante e multifacetada, Burle Marx foi um pioneiro que transformou o conceito de paisagismo, integrando a flora brasileira de forma nunca antes vista.
Nascido em São Paulo em 1909, ele descobriu sua paixão por plantas e jardinagem ainda na infância, cuidando do jardim de sua casa no Rio de Janeiro. Sua carreira começou a florescer após uma viagem à Alemanha, onde o contato com a diversidade de plantas brasileiras em um jardim botânico o inspirou profundamente.
Seu primeiro grande projeto, a Praça de Casa Forte, em Recife, marcou o início de uma série de criações de jardins que celebravam as plantas nativas do Brasil. Com ousadia e originalidade, ele projetou praças como a Praça da República e o icônico “Cactário da Madalena,” que causou polêmica ao valorizar espécies da caatinga nordestina. Essa abordagem singular consolidou sua fama e influenciou o futuro do paisagismo.
Burle Marx era muito mais que um paisagista; era também pintor, escultor, criador de joias e tapeçarias. Seu trabalho no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, e nos jardins do Palácio da Alvorada, em Brasília, demonstram seu talento em integrar a arte com a natureza. Com mais de três mil projetos em 20 países, sua marca é universal, mas sempre fiel às raízes brasileiras.
Em 1985, Burle Marx doou seu Sítio em Guaratiba ao IPHAN, deixando um legado vivo de suas coleções botânicas. Ele foi reconhecido mundialmente e homenageado por diversas instituições, recebendo títulos de Doutor Honoris Causa e outras honrarias pelo impacto de seu trabalho.
Roberto Burle Marx faleceu em 1994, mas sua influência e o valor de suas criações continuam a inspirar gerações. Desde 2009, Recife celebra a Semana Burle Marx em sua memória, reafirmando sua importância na preservação e valorização da natureza.